m 2012, a recuperação das embalagens de polietileno tereftalato (PET) no país cresceu 12,6%, em volume. Segundo o 9º Censo da Reciclagem do PET no Brasil, em 2011, 294 mil toneladas tiveram destinação adequada, enquanto, no ano passado, este número saltou para 331 mil t. Dessa forma, o país atingiu um índice de reciclagem de 59%, tornando-se um dos maiores recicladores mundiais, à frente de Estados Unidos e da média registrada na Europa.
O Censo foi divulgado na PETtalk 2013 – Conferência Internacional da Indústria do PET, promovida pela Associação Brasileira do PET (Abipet), em São Paulo, no mês de junho.
Reciclagem de PET
Segundo Auri Marçon, presidente da Abipet, os números demonstram que existe uma forte demanda pela resina reciclada. A indústria têxtil, como já é tradição, representa a principal consumidora do PET recuperado – responde por 38,2% do total. Em seguida, estão as indústrias de resinas insaturadas e alquídicas, com 23,9%, e de embalagens (alimentos e não-alimentos), com 18,3%. O restante se divide entre os laminados e chapas (6,4%), fitas de arquear (5,5%) e tubos (1,5%), além de algumas outras aplicações com participação menor.
Para Marçon, o Brasil é o país com o maior número de aplicações para o PET reciclado, mesmo porque a aceitação do material aumentou muito nos últimos anos. “Todas as montadoras instaladas no Brasil utilizam a resina recuperada em seus carpetes”, exemplifica. O perfil das recicladoras também mudou. Segundo ele, o mercado está maduro. Mais de 90% delas têm no mínimo cinco anos de atuação. Em 2004, esse índice era de 32%. Ele destaca outro incremento, no caso, qualitativo. A destinação do PET reciclado está mais nobre. Um marco, sem dúvida, refere-se ao bottle-to-bottle, a fabricação de garrafa para uso alimentício com a resina reciclada.
O PET hoje é o plástico (pós-consumo) mais reciclado pela indústria. No ano passado, esse segmento faturou R$ 1,2 bilhão, o equivalente a mais de um terço do faturamento da indústria da resina virgem no país. Os catadores representaram os principais fornecedores do material reciclado. No caso do PET, 47% das garrafas pós-consumo que foram recuperadas são oriundas desses profissionais.
Não é de hoje que o Brasil mantém a sua posição entre os líderes da reciclagem de PET no mundo. Segundo a edição anterior do censo, alusiva ao ano de 2011, de todo o volume produzido de garrafas PET no Brasil, o equivalente a 515 mil toneladas, o país reciclou 294 mil toneladas, o equivalente a 57,1% do total. O índice representa crescimento de 4,25% em relação às 282 mil toneladas recicladas em 2010. Essa curva é ascendente. Em 1994, o índice de PET recuperado era de 18,8%, no ano seguinte, subiu para 25,4%. Ao longo dos anos sofreu algumas quedas, mas, a partir de 1999, só avançou (ver tabela).
O cenário positivo, no entanto, suscita queixas. O principal gargalo para o avanço da indústria da reciclagem continua sendo a coleta seletiva. Segundo Marçon, em muitos períodos do ano, as empresas recicladoras chegam a registrar 30% de ociosidade na produção, porque não encontram embalagem pós-consumo para reciclar.
Geral − O mercado nacional da reciclagem recuperou 21,7% dos plásticos pós-consumo gerados em 2011 contra 19,4% registrados do ano anterior. O índice significa que, dos 2,6 milhões de resíduos plásticos gerados, a indústria reciclou mecanicamente 736 mil toneladas do material. O faturamento neste ano alcançou R$ 2,4 bilhões ante o R$ 1,95 bilhão de 2010. O Brasil figura na décima posição no ranking mundial da reciclagem mecânica de plásticos pós-consumo. Suécia (35%), Alemanha e Noruega (33%) encabeçam a lista. Logo atrás estão: Bélgica (29,2%), Dinamarca (24%), Itália (23,5%), Suíça e Reino Unido (23%) e Eslovênia (22%).